CNI e oposição desconfiam da promessa de corte de R$ 50 bilhões feita pelo governo federal

Bancadas preocupadas – O professor de economia da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, Evaldo Alves, defende investimentos maciços do governo na infra-estrutura. O “dever de casa” seria necessário para que a indústria possa crescer dois dígitos. Alves também avisa que o governo precisa ter equilíbrio fiscal.

Nesta área, o governo parece seguir o conselho do professor. Mas as contas não são tão simples, mesmo com o anúncio nesta tarde de corte de R$ 50 bilhões nas despesas do Orçamento Geral da União de 2011. O anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, acontece antes da sanção da lei orçamentária.

Em comunicação distribuído à imprensa, inclusive para o ucho.info, há pouco, a Confederação Nacional da Indústria “espera que a firmeza demonstrada agora, com esse ajuste fiscal, seja mantida ao longo do ano na execução do Orçamento de 2011”.

Para a CNI, o instrumento utilizado – redução no ritmo de crescimento dos gastos públicos, que retira o caráter expansionista da política fiscal – é fundamental para o controle efetivo da inflação.

Na Câmara dos deputados, o líder da bancada dos Democratas, deputado ACM Neto (BA) acredita que o corte no orçamento federal de 2011 é a “fatura que o governo petista pagará em decorrência das últimas eleições”.

“Nós, da oposição, afirmamos que era inadmissível o desperdício de dinheiro público com tantos cargos de confiança, com tantas funções comissionadas, com tantas concessões a setores ligados aos partidos do governo. Eles gastaram o que podia e o que não podia para ganhar as eleições e a conta chegou agora. O governo Dilma Rousseff tem responsabilidade solidária, pois é a continuação do governo Lula”, critica.

Nas bancadas de todos os partidos a notícia de cortes deixou os parlamentares preocupados. A bancada do Partido Progressista já se reuniu. Em outros o assunto está sendo debatido porque deve colocar em cheque as emendas individuais. O governo deve cortar boa parte das emendas, especialmente dos parlamentares da oposição, para atingir a meta estipulada pela presidenta Dilma Rousseff.