Ex-árbitro da “Máfia do Apito”, multado em R$ 160 milhões, recebe R$ 600 como balconista

Vida mansa de Teixeira – “Pelo que vi, este processo vai demorar de oito a 12 anos. Até lá, muito coisa vai rolar e o Del Nero e o Teixeira já terão morrido”. A frase é de Edilson Pereira de Carvalho, banido do futebol depois de ser acusado de manipular resultados dos jogos do Campeonato Brasileiro de 2005. A declaração é por conta de uma pergunta sobre a condenação de pagar multa de R$ 160 milhões.

A sentença anunciada nesta semana pela 17ª Vara Cível de São Paulo é extensiva ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, e a Marco Polo Del Nero, da Federação Paulista de Futebol. O escândalo foi conhecido como a “Máfia do Apito”.

O ex-árbitro foi encontrado pela reportagem da “Gazeta Esportiva” no fundo de um balcão de um bar de um clube de Jacareí, interior de São Paulo. Na época do escândalo, aceitava oferta de R$ 10 a 15 mil para arranjar resultados dos jogos. Hoje, recebe cerca de R$ 600 mensais, após cumprir jornadas diárias de trabalho de oito horas.

Simpático, o balconista de 48 anos, afirmou que não tem dinheiro para pagar a multa. “Vou continuar vivendo a minha vidinha e eles continuarão vivendo a vidona deles”. Sobre o valor estipulado pela justiça ele já tem uma opinião: “Esse valor é uma utopia, é fictício. Não vai acontecer nada”.