Traficantes da Rocinha não resistiram à invasão policial porque foram avisados com antecedência

Conta da Carochinha – A operação policial deflagrada na manhã desta terça-feira (19) na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, que tinha como objetivo prender os familiares dos líderes do tráfico de drogas que há décadas domina o local, entre eles o traficante Nem, que está foragido, mereceu elogios midiáticos por não ter encontrado resistência dos criminosos, como era esperado.

A invasão da Rocinha deveria ter acontecido há mais tempo, mas a incursão policial foi adiada por conta da ocupação do complexo de favelas do Morro do Alemão e da Vila Cruzeiro, no subúrbio carioca.

É prematura qualquer comemoração em relação à operação policial desta terça, pois na Rocinha pode ter se repetido o meso que aconteceu no Morro do Alemão, onde os traficantes foram não apenas avisados com antecedência dos planos da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, mas contaram com a ajuda de policiais para deixar o local sem qualquer tipo de incômodo.

É importante frisar que a invasão da favela da Rocinha pode ser considerada como um preâmbulo da instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), mas é necessário lembrar que o tráfico de drogas é um negócio que apenas no Rio de Janeiro rende aos criminosos a bagatela de R$ 600 milhões anuais. E um negócio desse porte, mesmo que ilegal, não é abandonado da noite para o dia. Em outras palavras, os criminosos da Rocinha, que não resistiram à invasão, já estão operando em outras áreas da capital dos fluminenses.

Traduzindo para o bom e velho idioma de nossa querida Botocúndia, qualquer foguetório em função do sucesso da operação policial é precipitação.