Saldo positivo – Quando Henrique começa a explicar a receita do sucesso desta equipe do Cruzeiro, por um instante fica difícil saber se ele está de fato falando da trajetória do time ou da sua própria. Porque o volante pode não ser o grande craque cruzeirense, nem o mais idolatrado pela torcida, mas existe alguma coisa na forma como atingiu um nível tão alto que, de alguma maneira, se assemelha ao jeito discreto como o Cruzeiro ganhou o status de melhor equipe do Brasil em 2011 até aqui.
“Olha, não é que é verdade mesmo? Acho que existe alguma coisa em comum. Como, sem muita badalação, tanto eu como o Cruzeiro chegamos a uma fase tão boa”, sorri o meio-campista de 25 anos no início da conversa com o “Fifa.com”.
O Cruzeiro que chegou às oitavas de final da Copa Libertadores da América com a melhor campanha da competição – cinco vitórias, um empate e um obsceno saldo de 20 gols a favor e um contra – não fez grandes contratações para a temporada 2011 e não tem em seu elenco nem um jogador realmente incensado pela mídia. Até outro dia, por exemplo, não tinha ninguém servindo a Seleção Brasileira. “Mas temos um diferencial, que é o grupo.
Esta equipe é essencialmente a mesma da temporada passada, que brigou pelo título do Brasileirão até a rodada final, e tem a mesma base da anterior, quando fomos à final da Libertadores. Todo mundo sabe direitinho o espaço que deve ocupar e, num conjunto assim, quem chega também se adapta rapidamente”, analisa Henrique dois dias antes do confronto com o Once Caldas pela ida das oitavas de final da Libertadores.
“Como não temos tantos nomes muito famosos, acho que os adversários não acreditavam que poderíamos demonstrar tanto. Mas, para nós, essas vitórias todas não foram surpreendentes. Sempre soubemos que temos uma equipe forte o bastante para enfrentar qualquer outra. Para falar a verdade, talvez só os placares, sim, tenham sido meio surpreendentes até para nós”, diz ele, referindo-se, por exemplo, às duas goleadas sobre o Estudiantes de La Plata, por 5 a 0 em casa e 3 a 0 no campo do rival.