Baixos salários e preços abusivos dos alimentos anulam projeto para acabar com a miséria no País

Pelo ralo – Quando o assunto é a erradicação da miséria, os petistas batem no peito como se o Partido dos Trabalhadores fosse um amontoado de descendentes de Messias. Extirpar a fome recheou o cardápio verborrágico de Luiz Inácio da Silva nos oito anos em que o ex-metalúrgico esteve no Palácio do Planalto, mas com a chegada de Dilma Rousseff ao poder central o tema passou a integrar o slogan do governo da neopetista – “País rico é um país sem miséria”. Como dizem os mais experientes, coisa para inglês ver.

Na toada de assunto tão sério, que não deveria permitir nenhum tipo de carona política, Lula tentou propor as diversas formular para acabar com a miséria, mas nenhuma delas emplacou. A primeira das tentativas, fracassada, diga-se de passagem, foi o programa “Fome Zero”, criado pelos marqueteiros ainda na campanha presidencial de 2002. A segunda tentativa se deu por ocasião da absurda sugestão de Lula para que todos os restaurantes do planeta cobrassem um pequeno imposto nas refeições servidas aos clientes. E por questões óbvias o projeto fracassou, para não dizer que nasceu morto.

Dilma Rousseff, que prometeu acabar com a miséria durante a campanha de 2010, tenta fazer das suas palavras uma realidade, mas é preciso destacar que a resistente inflação e o valor pífio do salário mínimo têm aumentado sobremaneira o contingente de famintos no País.

Como faz regularmente, a reportagem do ucho.info mais uma vez foi às compras para pesquisar os preços dos alimentos. Na Ceagesp, maior centro de distribuição de hortifrutigranjeiros da América Latina, o projeto de Dilma para acabar com a miséria tropeça na primeira banca de frutas. Uma laranja custa R$ 0,25. Um abacaxi, R$ 5, enquanto uma maçã de qualidade mediana custa R$ 0,70.

Se um trabalhador, que mensalmente recebe a fortuna de R$ 545, ousar consumir duas laranjas e uma maçã por dia, além de um abacaxi por semana, ao final de trinta dias terá desembolsado R$ 56, o que representa 10,28% do salário mínimo. Sempre lembrando que no Brasil existem quase 20 milhões de pessoas que recebem um salário mínimo e que o cardápio acima não garante a sobrevivência de ninguém. Como profetizou certa feita aquele ébrio e messiânico filósofo de botequim, “nunca antes na história deste país”.