Brasil adota posição de vanguarda para redução de emissão de carbono na lavoura

(*) Camila Pitombeira, do Portal Dia do Campo –

O Brasil corresponde a segunda maior safra do mundo e é o terceiro maior exportador no campo do agronegócio. Por outro lado, agricultura é responsável por grande parte das emissões de gases estufa no país. Devido a esse fator, o governo brasileiro passou a adotar metas de redução de até 38% e investe em programas e políticas de incentivo ao sequestro de carbono.

O sequestro se dá através da intensificação do uso das terras, especialmente nas áreas de pecuária. Como exemplo, a adoção de técnicas como a integração lavoura-pecuária e integração lavoura-pecuária-floresta que, além de contribuírem para a conservação ambiental, podem ser lucrativas para o produtor. O Brasil Verde é um dos temas do Fórum Produção, Conservação e Lucratividade – A Economia Verde Como Via de Equilíbrio, organizado pelo Portal Dia de Campo, no dia 26 de outubro, em Campinas (SP).

Segundo Celso Manzatto, chefe geral da Embrapa Meio Ambiente, o governo brasileiro adotou uma posição de vanguarda em relação às metas de redução das emissões de gases de efeito estufa.

“Essas metas de redução chegam a 38%, o que significa uma ampla oportunidade para a agricultura brasileira de organizar dentro desse esforço global das reduções e mudanças climáticas, abrindo oportunidades como o Programa da Agricultura de Baixo Carbono (ABC)”.

De acordo com ele, a agricultura brasileira, principalmente em relação às mudanças de uso da terra, é responsável por grande parte das emissões do país. Por isso, o governo estabeleceu metas de sequestro de carbono através da intensificação do uso das terras, ou seja, o governo aposta em uma agenda de ganhos em produtividade e intensificação da produção brasileira, especialmente nas áreas de pecuária.

“Ações como, por exemplo, a integração lavoura-pecuária e a integração lavoura-pecuária-floresta, que aumentam a produção, a produtividade e, principalmente, o sequestro de carbono, são exemplos bastante atuais dessa possibilidade que se apresenta para a agricultura brasileira”.

Manzatto explica que o governo brasileiro já estabeleceu metas, não apenas para a agricultura, como para outros setores e que há um esforço para monitorar as dimensões das emissões através de programas e políticas públicas, como o já citado Programa ABC, em apoio a essa redução das emissões.

!Essas são metas voluntárias assumidas pelo governo brasileiro no exterior e o país tem capacidade de se adaptar às novas exigências com relação ao campo da agropecuária. O que coloca a agricultura brasileira em destaque no mundo é a revolução da agricultura nos trópicos, ou seja, hoje somos a segunda safra do mundo e terceiro maior exportador no agronegócio. Tudo isso se deu graças a três fatores: desenvolvimento tecnológico, empreendedorismo dos agricultores e políticas públicas de apoio à expansão da produção e da produtividade”.

Para ele, existem vários desafios com relação à questão das mudanças climáticas. Como exemplo, o chefe geral da Embrapa fala da questão dos fertilizantes. Ele afirma que, hoje, o país é fortemente dependente de fertilizantes oriundos de outros países.

“Por isso, devemos ampliar nossas fontes de nutrientes no Brasil e também contar com os chamados fertilizantes inteligentes, de liberação lenta e controlada. Outro exemplo é a questão de novos insumos de base biológica, mais amigáveis ao meio ambiente, além da questão da maior eficiência do uso da água na agricultura”, conclui.