Prêmio “Brasileira do Ano” concedido a Dilma está entre a miopia da razão e o caça-níquel

Passando a sacolinha– O objetivo da viagem bate-volta que a presidente Dilma Rousseff fez a São Paulo na terça-feira (6) foi a entrega de um prêmio concedido a personalidades do País por uma revista semanal. A inquilina do Palácio do Planalto foi agraciada com o prêmio “Brasileira do Ano”, cuja entrega foi seguida de um discurso que não traduz a realidade.

Ganhar dinheiro no meio editorial requer habilidade e genuflexão diante do poder, quase sempre dono do mais polpudo dos cofres. O que significa que salamaleques descabidos podem se transformar em rentáveis campanhas publicitárias.

Conceder o prêmio de “Brasileira do Ano” a Dilma é no mínimo uma ousadia. Desde que assumiu o poder central, em 1º de janeiro deste ano, a presidente pouco ou nada fez para melhorar a vida dos cidadãos. Nesses onze meses a tarefa maior foi forçar a demissão de ministros envolvidos em casos de corrupção e irregularidades. Até agora seis caíram por conta disso. Há mais um na lista, Fernando Pimentel, que também foi condecorado na festa que teve lugar em uma casa de espetáculos da capital paulista.

Dilma Rousseff tem sido incensada por parte da opinião pública pelo fato de, em tese, estar se livrando dos maus assessores, muitos deles deixados por Luiz Inácio da Silva na chamada herança maldita. Acontece que Dilma, quando ministra-chefe da Casa Civil na era Lula, tinha conhecimento de todas as estripulias endossadas pelo ex-metalúrgico. E não custa lembrar que Lula apresentou Dilma aos eleitores como garantia de continuidade. De agora em diante é preciso estar atento para acompanhar os dividendos que proporcionará o prêmio concedido à presidente da República.