Pesquisa da Unifesp ajuda adolescentes obesos a emagrecer

Olho na balança – Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) sobre obesidade em adolescentes de 15 a 19 anos está recrutando jovens, até 15 de dezembro, para iniciar no programa. São 100 vagas e as novas turmas começam no mês de janeiro.

Ser voluntário pode ser uma boa alternativa para quem procura atendimento médico especializado. “A família e a escola precisam enxergar a obesidade como uma doença que é de difícil controle e requer tratamento em longo prazo”, explica a coordenadora da pesquisa, Ana Dâmaso.

Até agora, 300 voluntários participaram do estudo e os resultados são animadores. Com apoio de nutricionistas, psicólogos, médicos e muito exercício físico, cada um deles perdeu 10 quilos. Os pacientes também aprendem o que pode ou não pode.

Cuidados com a alimentação ajudam a evitar a gordura no fígado, pressão alta, diabetes e depressão. Yasmin Ferreira emagreceu 16 quilos. O tempo passou e veio o efeito sanfona: ela engordou 8 quilos. “Foi o vestibular. Em casa a gente exagera, come muita coisa, muito doce.”

Passada a tensão, ela diz que agora vai ser à risca o que aprendeu com os cientistas. “A partir de hoje vou tentar comer de três em três horas, verduras, legumes. O doce eu vou tentar evitar, deixar para o fim de semana se eu tiver com muita vontade. Atividade física todo dia, não vou parar”, diz Yasmin.

Já Camila Andrade Silva, de 19 anos, passou do manequim 48 para 42. Além de emagrecer, a saúde também melhorou. Em um ano, ela se livrou de 20 quilos – 15 deles só de gordura. “Hoje eu me sinto muito melhor”, declara Camila.

Consequências perigosas

A obesidade é conhecida no meio médico e científico por aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de pâncreas, um tipo particularmente agressivo e letal. Um novo estudo [Body Mass Index and Risk, Age of Onset, and Survival in Patients With Pancreatic Cancer] sugere que o risco é maior entre as pessoas que já estavam com sobrepeso durante a sua adolescência ou obesas entre os 20 e 30 anos.

De acordo com o estudo, os adultos que estavam com sobrepeso quando adolescentes apresentaram risco duas vezes maior de desenvolver câncer de pâncreas, ao longo da vida, do que os adultos que nunca tiveram excesso de peso. O mesmo risco foi identificado em pessoas que eram obesas quando adultos jovens, em relação aos adultos que nunca tinham sido obesos. Esta é mais uma pesquisa a reafirmar a importância do controle de peso em adolescentes e jovens, visando reduzir o risco de doenças ao longo da expectativa de vida.

Pesquisas

Cada pesquisa precisa de voluntários diferentes. Cada paciente recebe um termo de consentimento livre e esclarecido que explica tudo o que acontecerá com a pessoa. No Brasil, os voluntários não ganham dinheiro para participar do estudo. Quem se inscreve, antes de ser aprovado passa por triagem de exames clínicos, entrevista e questionário. Quem quiser se inscrever tem que entrar em contato pelo telefone (11) 5572-0177, das 9h às 16h, para agendar uma entrevista até o próximo dia 15 de dezembro. (Com informações do www.guiame.com.br e www.ecodebate.com.br)