Ministros se contrapõem na polêmica da venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa

Dois lados – Ministro da Saúde, o petista Alexandre Padilha é contra mudanças no Estatuto do Torcedor que, segundo relatório da Lei Geral da Copa, apresentado na última terça-feira (6), permite o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa do Mundo de 2014. “Sou a favor que se mantenha o que está no Estatuto e que não se permita o consumo de álcool nos estádios durante os jogos da Copa”, disse o ministro.

Padilha participou na tarde de quarta-feira de sessão da Comissão Especial sobre Bebidas Alcoólicas na Câmara dos Deputados. Os parlamentares presentes à sessão expressaram indignação diante da possível mudança do estatuto e aprovaram “moção de repúdio”, que será ser entregue no plenário da Casa, nas lideranças partidárias e na Presidência. “Isso é uma tragédia anunciada”, afirmou o deputado Carlos Alberto Lopes (PMN-RJ).

A liberação do consumo de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa decorre da pressão exercida pela FIFA, que tem como a cervejaria Heineken como um dos patrocinadores do evento futebolístico. Em outra ponta do imbróglio está o ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que defendeu a liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Durante depoimento na Câmara dos Deputados, Rebelo chegou a questionar a proibição, uma vez que em shows e eventos não esportivos a venda de bebidas é liberada.

É sabido que o consumo excessivo de álcool, como acontecia nos estádios brasileiros, provoca uma incontrolável onda de violência. Além disso, a liberação proposta resulta em acintosa ingerência da FIFA na legislação brasileira.