Governador da Bahia quer punir policiais grevistas amotinados, mas essa não é a prática adotada pelo PT

Dois pesos – Governador da Bahia, o petista Jaques Wagner, que chegou de Cuba disposto a enfrentar os policiais militares grevistas, anunciou que as negociações que avançaram pela madrugada desta terça-feira (7) apontam na direção de um acordo. As conversas entre representantes dos grevistas e do governo baiano foram intermediadas pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger.

Wagner disse nesta manhã que é impossível a concessão de qualquer aumento salarial no momento, mas que o pleito dos grevistas será atendido de forma escalonada, cujo pagamento poderá se estender até 2015. Muito além de salários, os grevistas pleiteiam melhores condições de trabalho e plano de carreira. De nada adianta o governador Jaques Wagner atender o anseio salarial da categoria, se a PM baiana não dá aos seus integrantes condições mínimas de trabalho, fator que desmotiva seguidamente o policial.

Na sua fala matutina, Jaques Wagner, com bom petista, rasgou o discurso do passado e serviu de referência para que autoridades tomem providências em relação a determinados casos. O governador da Bahia, que no último domingo (5) afirmara que não negociaria com “PM bandido”, disse que os policiais que cometeram ilícitos serão processados. Pois bem, independentemente do direito de greve do trabalhador, a transgressão deve ser punida com o rigor da lei, que vale para qualquer cidadão do País.

Bom seria se Jaques Wagner tivesse conversado com o então presidente Luiz Inácio da Silva, que nada fez contra os “companheiros” do MLST, que em junho de 2006 invadiram e destruíram a Câmara dos Deputados, com direito a vários feridos e danos ao patrimônio público. Não se trata de vincular um episódio a outro, mas de cobrar isonomia do pensamento e das atitudes desse senhorio supostamente vanguardista que está no poder, como se o Brasil fosse um laboratório para experiências da esquerda planetária.