Ata do Copom sinaliza novo corte na taxa de juro, mas alta da inflação pode alterar os planos do BC

Em detalhes – Ao justificar o movimento célere de queda das taxas de juro, o Banco Central aposta na viabilização de um cenário em que a Selic se aproximará “ligeiramente” acima dos mínimos históricos. De acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nesse patamar a Taxa básica de Juro alcançaria estabilidade.

“Considerando os valores projetados para a inflação e o balanço de riscos associado, o Copom atribui elevada probabilidade à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares ligeiramente acima dos mínimos históricos, e nesses patamares se estabilizando”, destaca o documento divulgado pelo BC na manhã desta quinta-feira (15).

Na mais recente reunião, no último dia 7, o Copom reduziu a Selic de 10,50% para 9,75%, mas a decisão não foi unânime. Enquanto dois conselheiros votaram pela redução da taxa de juro em 0,75 ponto percentual, outros dois defenderam redução de meio ponto.

Na ata desta quinta-feira, o Copom destaca que o aumento na oferta de poupança externa e a redução no seu custo de captação têm permitido a redução das taxas internas de juro, inclusive a da chamada taxa neutra. O BC reforça na ata que mudanças estruturais significativas na economia brasileira patrocinaram o recuo nas taxas de juro. “E, em particular, na taxa neutra”, informa o documento.

Contudo, a continuidade da queda das taxas de juro começa a ser questionada, pois as recentes medidas adotadas pelo governo federal para conter a desvalorização do dólar podem garantir a alta da inflação, o que levaria o BC a rever sua decisão.