Dilma Rousseff ignora o estado democrático e ameaça o relator da CPI dos Correios com retaliações

Truculência vermelha – Temendo os efeitos colaterais do julgamento do Mensalão do PT, que começou na quinta-feira (2) no Supremo Tribunal Federal, a presidente Dilma Rousseff colocou em prática a lei da mordaça, impedindo que assessores fizessem qualquer comentário sobre o caso. Enquanto torce para que a decisão do Supremo não respingue no Palácio do Planalto, Dilma espera que o principal acusado, José Dirceu, seja condenado. Do contrário, o governo Dilma será alvo de sucessivos ataques nos bastidores, o que pode comprometer o projeto de reeleição da presidente.

O silêncio obsequioso imposto por Dilma Rousseff chegou às raias do absurdo. Na volta ao trabalho após o recesso parlamentar, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPI dos Correios e vice-líder do governo na Câmara, foi alvo da truculência palaciana. Depois de conceder várias entrevistas sobre a CPI e afirmar que uma tropa de choque comandada por Lula impediu o avanço das investigações, o que foi dito com largueza à época, Serraglio foi repreendido pela cúpula peemedebista.

Aconselhado a não mais falar sobre o assunto, Osmar Serraglio foi traído pelos líderes do PT e do governo na Câmara dos Deputados, Jilmar Tatto e Arlindo Chinaglia, respectivamente, que foram ao Palácio do Planalto para sugerir que o peemedebista fosse ejetado do cargo. Tudo porque Serraglio contrariou uma determinação da presidente Dilma Rousseff, que continua se curvando diante do cocho da mentira tão utilizado por Lula.

Não há como negar os fatos acerca da CPI dos Correios, que só não foi ao cadafalso por causa da coragem de Serraglio e do senador Delcídio Amaral (PT-MS), presidente da Comissão e que permitiu o avanço das investigações.

Como revelou o ucho.info na edição de quinta-feira (2), a ação sorrateira coordenada por Lula impediu que a CPI descobrisse muitos atos criminosos, inclusive a ligação entre a morte de Celso Daniel, então prefeito de Santo André, e os bastidores do esquema de compra de apoio parlamentar por meio de mesadas regulares.

Osmar Serraglio deve ser lembrado e respeitado por todos os brasileiros, pois não fosse sua incontestável coragem o Brasil já estaria vivendo sob o manto de uma ditadura que tem a corrupção como principal fonte de financiamento.

Obedecer as ordens disparadas a partir do Palácio do Planalto é uma decisão que só o deputado Serraglio pode tomar, mas o melhor seria desmascarar de uma vez a farsa que começou com Lula e continua com Dilma.