“Nosso problema não é a Copa”, afirma ministro da Aviação Civil ao falar sobre os aeroportos

Conversa mole – O governo da presidente Dilma Rousseff reconhece que o sistema aeroportuário brasileiro precisa dar um salto de qualidade. Contudo, diante da proximidade de eventos como Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude e Copa do Mundo, as autoridades têm sido obrigadas a transferir parte da pressão às administradoras dos terminais – tanto à Infraero, quanto às concessionárias que controlam, em regime de concessão, terminais importantes do País.

Na quinta-feira (6), em conversa com jornalistas, o ministro Wellington Moreira Franco, da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (SAC), atribuiu a precariedade do serviço prestado atualmente ao longo período em que o setor esteve sob o monopólio da Infraero. Ele disse, no entanto, estar tranquilo com o desempenho do setor nos grandes eventos.

“Não tenho dúvida de que hoje temos grande tecnologia para eventos. Nosso problema não é a Copa. O problema é o dia a dia”, afirmou.

A fala de Moreira Franco desmente o messiânico e fugitivo Lula, que de forma inominada e transversa chamou de “idiota” o secretário-geral da FIFA, que na ocasião ousou (sic) externar sua preocupação com o caos reinante nos aeroportos brasileiros.

Novas concessões – ou privatizações petistas

De acordo com o ministro, a prioridade do governo é a satisfação do passageiro. E nessa cantilena mentirosa acredita quem quer. Nesta semana, o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, amanheceu fechado para pousos por causa do mau tempo em vários dias. A frequência do fechamento desse e de outros terminais – como o de Congonhas (SP) – e a insatisfação dos passageiros levaram a Secretaria de Aviação Civil a convocar uma reunião com o presidente da Infraero, Gustavo Vale, o diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys, e o secretário de Aeroportos da SAC, Juliano Noman.

Moreira Franco pediu, durante o encontro, a elaboração urgente de um plano de contingência para atender passageiros em aeroportos fechados por mau tempo. A intenção, segundo a SAC, é prestar assistência rápida aos usuários.

Nos primeiros três meses deste ano, mais de 21 mil passageiros que passaram por 15 aeroportos brasileiros (nos embarques nacional e internacional) avaliaram os principais serviços dos terminais, desde a cortesia dos funcionários do check-in até o valor da alimentação.

O resultado é uma média de satisfação de 3,81 pontos, em uma escala que vai de 0 a 5. Itens como a velocidade na restituição de bagagem, conforto no embarque, custo do estacionamento e instalações dos estabelecimentos de alimentação receberam avaliações abaixo da média.

Como estímulo, o governo lançou nesta semana um prêmio para incentivar a competição entre os aeroportos que receberão torcedores durante a Copa das Confederações, como os de Rio de Janeiro e Brasília. Ou seja, o que deveria funcionar normalmente depende de uma cafetinagem oficial.

Tendo no foco a satisfação dos clientes, a nova rodada de concessões – não passam de privatizações com a estrela petista – estarão disponíveis ao setor privado os aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Confins, em Minas Gerais. Para essa nova fase de concessões, o governo quer evitar erros cometidos nas últimas licitações, principalmente no que se refere à experiência exigida das empresas e ao grau de participação como investidoras.

“Aprendemos com os erros”, disse Moreira Franco. “Nós melhoramos substancialmente a qualidade do edital que está em audiência pública”.
Agora o país exige que o concessionário tenha experiência em operar aeroportos com mais de 35 milhões de passageiros por ano, e o aporte inicial dos sócios nas concessões foi elevado de 10% para 30%.

Se o governo federal de fato quer encontrar uma alternativa para os aeroportos que deixam de operar por causa de problemas meteorológicos, que compre alguns contêineres de palavras-cruzadas e ofereça o entretenimento aos irritados passageiros, pois não há o que fazer. Ou, então, que acendam velas aos santos, todos os santos, pois só mesmo um milagre consegue dar cabo do impossível. (Com DW)