Barack Obama diz que os Estados Unidos estão prontos para atacar a Síria

(Charles Dharapak - AP)
Contagem regressiva – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em pronunciamento feito há instantes na Casa Branca, informou que o país está pronto para atacar a Síria. A declaração acontece horas depois de inspetores da Organização das Nações Unidos terem deixado Damasco, após vistoriarem diversos locais que foram alvo de ataques com armas químicas, como gás sarin e gás mostarda. Ordenada pelo ditador Bashar al-Assad, a operação deixou mais de 1,4 mil mortos, sendo 400 crianças.

A equipe de vinte inspetores deixou a Síria rumo ao Líbano, de onde parte embarcou para Nova York levando amostras de sangue e tecido humano, além de depoimentos de vítimas do ataque e várias evidências do uso de armas químicas na capital síria. Os inspetores visitaram durante três dias as áreas onde ocorreram esses ataques. Como noticiamos na edição de sexta-feira (30), os inspetores pretendem se reunir ainda neste sábado (31) com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apresentado o material produzido durante a inspeção em Damasco.

Ao lado do vice Joe Biden, Obama disse que pedirá autorização do Congresso norte-americano para o uso de forças militares contra a Síria, mas deixou claro que independentemente do resultado da consulta a ação seguirá adiante. Experiente como político, Barack Obama não faria um pronunciamento de tal ordem se não tivesse a garantia mínima de apoio do parlamento. O presidente dos americanos disse que não há data para o início da operação, que será limitada em termos de tempo de alvos, mas isso deve acontecer em breve, antes que Assad reforce a defesa síria com a ajuda dos governos russo e iraniano.

Desde a noite de sexta-feira (30) os Estados Unidos estão prontos para atacar com mísseis o território sírio, quando uma frota de cinco navios de guerra se perfilou diante do litoral sírio. A ação é uma resposta ao governo de Bashar al-Assad, que usou armas químicas contra os rebeldes e planejava um novo ataque na capital Damasco para os próximos dias.

Esse tipo de ação criminosa, proibida por diversos tratados internacionais, coloca em risco boa parte do Oriente Médio, uma vez que no entorno da Síria estão países como Egito, Líbano, Israel, Turquia, Iraque e Jordânia.

Aliado de primeira hora do ditador sírio, o russo Vladimir Putin solicitou ao colega Barack Obama que, na condição de vencedor do prêmio Nobel da Paz, pense nas vítimas que um ataque com mísseis poderá causar na Síria. Putin cobrou da Casa Branca provas do uso de armas químicas pelo governo de Bashar al-Assad.