Depois de Valcke, presidente da FIFA lava as mãos em relação à organização da Copa do Mundo

joseph_blatter_21Quem pariu Mateus… – A Copa do Mundo de 2014, que dentro de cinco meses terá o seu jogo de abertura na Arena Corinthians, em São Paulo, começa a preocupar sobremaneira os palacianos. Depois do secretário-geral da FIFA externar, na última semana, preocupação com a possibilidade cada vez maior de caos generalizado no Brasil durante a competição, nesta segunda-feira (13) foi a vez do presidente da entidade, Joseph Blatter, transferir ao governo brasileiro a responsabilidade pela organização do evento.

Esse jogo de “batata quente” decorre do escandaloso atraso no cronograma das obras destinadas à Copa. Não se trata da construção dos estádios que receberão partidas do mundial de futebol, mas das obras de infraestrutura necessárias à realização do certame. Além de as obras estarem atrasadas, cresce cada vez mais a disposição do governo federal de desembolsar qualquer valor para finalizá-las. Truque famoso que reinou no preâmbulo dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e que já se prepara para entrar em cena mais uma vez. Esse é o detalhe que Jérôme Valcke e Blatter desconhecem ou fingem não saber.

Escolher o Brasil para sediar a Copa do Mundo foi um equívoco da FIFA e uma irresponsabilidade magistral do então presidente Luiz Inácio da Silva, que forçou para que a competição tivesse doze cidades-sede. O que aumentou de maneira absurda o investimento de dinheiro público na construção de estádios, sendo que quatro deles já são considerados “elefantes brancos”.

Além da questão do cronograma das obras, a presidente Dilma Rousseff está preocupada com a segurança durante a Copa. Tanto é assim, que Dilma reuniu-se nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto, com sete ministros cujas pastas estão diretamente relacionadas ao evento. Entre eles os ministros José Eduardo Martins Cardozo e Celso Amorim, da Justiça e da Defesa, respectivamente. Os palacianos estão com a atenção voltada para as crescentes ameaças de protestos durante a competição futebolística, a exemplo do que ocorreu na Copa das Confederações. Alguns manifestantes estão ameaçando inviabilizar a realização da copa, o que seria um desastre político em meio à campanha de Dilma Rousseff à reeleição.

O xis da questão não está mais na forma como se dará a Copa no Brasil, mas no montante que sairá dos cofres federais para minimizar um fiasco internacional. O governo petista de Dilma Rousseff enfrenta sérias dificuldades para investir em setores básicos e deve ser alvo de protestos cuja reverberação será proporcional à dinheirama que escoará pelo ralo, sem que os contribuintes tenham conseguido resposta para os pleitos que tomaram as ruas do País em junho e julho de 2013. Tal situação ajudará a impulsionar a inflação oficial, que cada vez mais se aproxima do teto da meta (6,5%).