Casa caindo – Demorou, mas acabou acontecendo. O presidente do FC Barcelona, Sandro Rosell, decidiu renunciar ao cargo nesta quinta-feira (23), informa o jornal catalão “Mundo Deportivo”. A decisão de deixar o comando do clube que tem a mais badalada equipe de futebol do planeta foi tomada diante do avanço das investigações sobre a nebulosa contratação do atacante brasileiro Neymar Jr., em maio de 2013.
De acordo com o tablóide, o anúncio oficial da renúncia de Rosell será apresentado à diretoria do clube às 18 horas (15 horas de Brasília). O dirigente estava há quatro anos na presidência do Barcelona e seu mandato terminaria em 2016.
O jornal espanhol “El Mundo” trouxe na edição da última segunda-feira (20) a informação, com base em documentos que estão em poder da Justiça do país europeu, de que a contratação de Neymar envolver cifras muito maiores do que as anunciadas até então.
O passe do ex-jogador do Santos Futebol Clube e atacante da seleção brasileira foi adquirido por € 95 milhões (aproximadamente R$ 300 milhões), valor € 38 milhões de euros (aproximadamente R$ 120 milhões) menor do que os € 57 milhões de euros (cerca de R$ 180 milhões) declarados inicialmente pelo Barça.
Ao longo desta semana, o juiz Pablo Ruz, da Audiência Nacional da Espanha, acolheu denúncia apresentada por Jordi Cases, sócio do Barcelona.
Na manhã desta quinta-feira, Sandro Rosell reuniu-se às pressas com seus parceiros de diretoria para traçar a estratégia de defesa diante da decisão da Justiça, ocasião em que os cartolas do Barcelona defenderam a permanência do presidente no cargo. A saída de Rosell, se confirmada, exigirá que o Barcelona convoque novas eleições.
Imbróglios verde-louros
Confusões no meio esportivo parece ser o prato predileto de Rosell, que está envolvido em outro escândalo. O dirigente do clube associou-se ao ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, em uma operação nebulosa que teve a seleção brasileira como pano de fundo.
Rosell, ex-homem forte da Nike no Brasil, é sócio da Ailanto, empresa que recebeu R$ 9 milhões do governo do Distrito Federal, sem licitação, pelo amistoso da Seleção Brasileira contra Portugal, em 2008, evento que está sob investigação do Ministério Público por conta de suposto superfaturamento. Em junho de 2011, Sandro Rosell depositou R$ 3,8 milhões na conta bancária de Antônia Wigand Teixeira, filha de Ricardo Teixeira numa agência do Bradesco.
A Ailanto foi dona da VSV Agropecuária, que tinha sede na fazenda de Ricardo Teixeira, em Piraí, interior do Rio de Janeiro, e cuja sócia, a secretária de Rossel, Vanessa Precht, emitiu cheques em nome do cartola da CBF, conforme apurou a Polícia Civil.
