EUA congelam cooperação militar e negociações econômicas com a Rússia

(DPA)
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Queda de braço – O governo dos Estados Unidos suspendeu nesta terça-feira (4) as negociações para estreitar os laços comerciais com a Rússia. A medida foi anunciada horas depois de a Casa Branca ter interrompido também a cooperação militar com o Kremlin, medida adotada para pressionar Moscou a retirar suas tropas da Crimeia.

“Devido aos últimos acontecimentos na Ucrânia, suspendemos as negociações bilaterais – com a Rússia – sobre comércio e investimento, que estavam estabelecidas para estreitar os nossos laços comerciais”, disse Michael Froman, representante do Departamento de Comércio Exterior, ao “The Wall Street Journal”.

Horas antes, o Pentágono emitiu uma nota na qual pedia à Rússia que contribuísse com a solução da crise política ucraniana. “Nós pedimos à Rússia que diminua a crise na Ucrânia e que as forças russas na Crimeia retornem às suas bases”, afirmou, em nota, o contra-almirante John Kirby, porta-voz do Pentágono.

Kirby, porém, descartou a possibilidade de ações militares para pressionar a Rússia e assegurou que a estratégia militar americana para a região continua a mesma. “Alguns veículos de imprensa estão especulando sobre uma possível movimentação de navios na região”, afirmou. “Não houve nenhuma mudança na nossa postura militar na Europa ou no Mediterrâneo.”

O presidente dos EUA, Barack Obama, já havia alertado que seu governo avaliaria uma série de sanções econômicas e diplomáticas para isolar Moscou.

O Comitê de Relações Exteriores do Senado americano já está trabalhando num pacote de leis que apoiem a Ucrânia e consultou a Casa Branca sobre possíveis sanções a indivíduos russos. Estas iriam desde a proibição de vistos até o congelamento de bens.

Na segunda-feira (3), o secretário de Estado John Kerry viajou para Kiev, onde reforçará o apoio americano ao governo interino da Ucrânia.

Em Genebra, o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, disse que não foi possível encontrar uma solução para a crise após uma “difícil, longa e séria” conversa com o ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov.

Resposta de Moscou

Um funcionário do Kremlin respondeu às ameaças de Washington afirmando que, caso os EUA decidam impor sanções à Rússia, o governo de Vladimir Putin poderia implementar medidas que causariam a quebra do sistema econômico norte-americano.

“Nós encontraríamos uma maneira de não apenas reduzir a zero a nossa dependência dos EUA, mas também de sair dessas sanções com grandes benefícios para nós”, disse Serguei Glazyev, conselheiro econômico do Kremlin, à agência de notícias RIA Novosti.

“Uma tentativa de anunciar sanções terminaria numa quebra do sistema financeiro dos EUA, o que causaria o fim da dominação americana no sistema financeiro global.” (Com agências internacionais)