“Anunciamos que a liderança palestina aceitou a proposta egípcia para uma trégua compreensiva e duradoura, começando às 19 horas (13 horas, no horário de Brasília) desta terça-feira”, disse o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
Segundo autoridades palestinas, o acordo estabelece um cessar-fogo “em aberto” e um pacto com os israelenses para aliviar o bloqueio sobre Gaza, permitindo a entrada de suprimentos e materiais de construção.
Ziad Nakhala, alto membro da Jihad Islâmica, disse que negociações mais complexas, como as exigências do Hamas pela construção de um aeroporto e um porto em Gaza, começarão dentro de um mês.
Já um funcionário do governo israelense afirmou que o acordo não inclui as demandas do Hamas por libertação de prisioneiros, mas contempla a entrada de material de construção e ajuda humanitária em Gaza.
O vice-líder do Hamas no exílio, Mussa Abu Marzuk, também comentou o acordo em sua página no Facebook. “As negociações terminaram com um acordo que simboliza a resistência do nosso povo e a vitória dessa resistência”, afirmou.
Desde o início da violência em Gaza, em julho, 2.133 palestinos foram mortos e mais de 11.000 ficaram feridos, de acordo com números das Nações Unidas. Do lado israelense, 68 pessoas morreram – entre elas, quatro civis.
A ONU também estima que mais de 17 mil casas foram destruídas, deixando cerca de 100 mil desabrigados.
Resolução semelhante
O novo acordo – se confirmados os termos anunciados pelos palestinos— é semelhante à resolução que colocou um fim aos combates travados entre as duas partes em 2012.
Sob os termos de dois anos atrás, Israel prometeu aliviar as restrições impostas a Gaza de maneira gradual, enquanto o Hamas prometeu parar com o lançamento de foguetes contra o território israelense.
A trégua foi cumprida, mas o bloqueio contra Gaza permaneceu quase intacto. Israel e o Egito impuseram o bloqueio a Gaza em 2007, depois de o Hamas tomar, à força, o controle do território palestino. (Com agências internacionais)