Os suspeitos fazem parte de um grupo de doze pessoas detidas na noite da última quinta-feira (15) em Paris para interrogatório sobre possível apoio logístico, principalmente de fornecimento de armas e de veículos, que poderiam ter dado ao terrorista Amédy Coulibaly.
Colibaly matou uma policial no dia 8 de janeiro, em Montrouge, na capital francesa, e quatro judeus no dia seguinte durante ataque a um supermercado kosher. Ele foi morto pela polícia, que invadiu o local após ouvir tiros.
Identificação de cúmplices
A investigação em curso pretende identificar os cúmplices, diretos ou indiretos, que poderiam ter colaborado com Coulibaly e com os irmãos Said e Chérif Kouachi, que mataram 12 pessoas no atentado à redação do jornal Charlie Hebdo, em 7 de janeiro. Os irmãos Kouachi foram mortos pela polícia dois dias após o ataque, durante cerco ao edifício, em Dammartin-en-Goële, em que se refugiaram depois de longa e conturbada fuga.
O fornecimento das armas é uma das questões-chave investigadas pela polícia. Durante o ataque ao supermercado judaico, Coulibaly tinha duas pistolas Tokarev, dois fuzis Kalachnikov e explosivos. Os investigadores também descobriram no apartamento que ele utilizava como esconderijo em Gentilly, na Grande Paris, um pequeno arsenal: quatro pistolas Tokarev, um revólver, munição e bombas de gás lacrimogêneo.
Há também outras perguntas sem resposta: quem colocou na internet um vídeo póstumo de Coulibaly, no qual ele afirma ser o autor do ataque do supermercado? Quem atirou e feriu gravemente um homem que fazia jogging em Fontenay-aux-Roses no dia do primeiro atentado? A Justiça francesa espera que os quatro suspeitos possam ajudar a responder a essas questões.
Mais interrogados
No total, oito homens e quatro mulheres, com idades entre 19 e 47 anos, foram detidos para interrogatório na última sexta-feira nos municípios de Montrouge, Châtenay-Malabry, Grigny, Fleury-Mérogis e Epinay-sur-Seine – todos próximos a Paris.
A custódia de três mulheres foi anulada no último sábado (17). Outras cinco pessoas foram liberadas na noite de segunda-feira (19). Na última sexta-feira (16), o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, disse que tais pessoas já eram conhecidas da polícia por cometimento de crimes comuns.
Segundo uma fonte policial, os investigadores realizaram buscas de pessoas a partir de traços de DNA e de escutas telefônicas de pessoas que se relacionavam com os irmãos Kouachi e com Amédy Coulibaly. Impressões digitais foram encontradas no automóvel que teria sido usado por Coulibaly para ir ao supermercado de produtos judaicos. As chaves do carro foram encontradas sobre o corpo do terrorista, assim como as de uma motocicleta. (Com informações da RFI)