Desemprego chega a 8,6%, segundo o IBGE, e anula o discurso desconexo e ufanista de Dilma na ONU

desempregoNa contramão – Como se vivesse um interminável inferno astral político, a presidente Dilma Rousseff mostra-se cada vez mais desconectada da realidade. Quem acompanhou o discurso da mandatária verde-loura na abertura da 70ª Assembleia-Geral da ONU, na segunda-feira (28), em Nova York, pode ter concluído que o Brasil passou por um ligeiro solavanco, mas levantou com facilidade e continuou sua cruzada na rota da prosperidade. Isso porque a fala de Dilma escondeu dos participantes do evento a dura realidade enfrentada pelos brasileiros.

Contrariando o discurso ufanista e mentiroso de Dilma, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (29) o resultado de pesquisa sobre o desemprego no País. De acordo com o órgão, a taxa de desemprego do trimestre encerrado em julho passado alcançou 8,6%. No trimestre imediatamente anterior (fevereiro, março e abril de 2015), a taxa alcançou 8%.Ou seja, o trimestre objeto da pesquisa do IBGE registrou 7,4% de alta do desemprego na comparação com período anterior. No mesmo período de 2014, o índice de desempregados foi de 6,9%. Isso significa que na comparação com o mesmo intervalo do ano passado houve crescimento de 26,6% do contingente de desempregados. O dado divulgado pelo IBGE corresponde 8,622 milhões de pessoas que estão em busca de uma oportunidade de trabalho.

O crescimento da taxa do desemprego é fruto da equivocada política econômica adotada no primeiro governo de Dilma Rousseff, que herdou do antecessor um amontoado de medidas que mesclavam irresponsabilidade administrativa com fanfarrice política. Por conta do cenário de crise econômica, mais pessoas passaram a procurar uma oportunidade de trabalho, seja para mudar de emprego, seja para ingressar ou retornar ao mercado laboral. Isso porque a crise econômica, que piora dia após dia, tem levado o cidadão a agruras financeiras que exigem uma mudança imediata. Os principais motivos desse movimento são a resistência da inflação, que derrete o poder de compra do salário do trabalhador, e as elevadas taxas de juro, que impedem a evolução do consumo.

Em relação ao salário médio do trabalhador brasileiro, a situação não é diferente. De acordo com o IBGE, o rendimento real no trimestre encerrado em julho, já descontada a inflação, foi de R$ 1.881. Esse número mostra que houve queda de 0,9% na comparação com a renda média do trimestre encerrado em abril.

Enquanto oposição, o PT sempre criticou o baixo valor do salário mínimo, mas instalado no poder central o partido mudou o discurso e afirma que o rendimento mensal básico representa uma conquista do trabalhador. Para mostrar que o governo petista erra ao fazer tal afirmação, o salário mínimo ideal de agosto, calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), deveria ser de R$ 3.258,16.

É importante lembrar que o salário médio não traduz a realidade dos que recebem o mínimo, atualmente fixado em R$ 788, valor que equivale a 24,18% do montante classificado como ideal pelo DIEESE. Para quem gosta de números, o salário básico do DIEESE equivale a pouco mais de quatro salários mínimos vigentes.

Voltando ao discurso desconexo de Dilma na ONU, a presidente disse: “No Brasil, o processo de inclusão social não foi interrompido. Esperamos, que o controle da inflação, a retomada do crescimento e do crédito contribuirão para uma maior expansão do consumo das famílias. Essas são as bases para um novo ciclo de crescimento e desenvolvimento, baseado no aumento da produtividade e na geração de mais oportunidades de investimento para empresas e de empregos para os cidadãos.”

A petista foi mais longe em sua fala e em determinado trecho disparou: “Hoje, a economia brasileira é mais forte, sólida e resiliente do que há alguns anos. Temos condições de superar as dificuldades atuais e avançar na trilha do desenvolvimento.”

Resumindo, Dilma Rousseff insiste em viver no mundo de Nárnia – onde um dragão desperta, as estrelas andam na terra e tudo pode acontecer –, direito que ninguém pode lhe ceifar, desde que não queira permanecer no poder, mas a petista continua devendo aos brasileiros o endereço desse País de Alice que recheia seus discursos e as propagandas do governo.

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