Os efeitos colaterais da corrupção podem ter comprometido o já não lógico pensamento da senadora Gleisi Helena Hoffmann. Presidente nacional do Partido dos trabalhadores, o que por si só é uma aberração, a parlamentar paranaense responsabilizou a Operação Lava-Jato por prejuízo de R$ 140 à Petrobras em apenas um ano.
De acordo com essa tese esdrúxula, típica de quem comanda um partido que já foi comparado a organização criminosa, foi o desmonte da quadrilha petista que saqueava a Petrobras, que tinha entre seus membros mais destacados a própria Gleisi Helena, que deu prejuízos a Petrobras, não o assalto aos cofres da empresa petroleira.
Essa teoria bandoleira também é balbuciada por Lula, protagonista do maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão. Há dias, o petista-mor, em mais uma de suas caravanas, disse que é da Lava-Jato a responsabilidade pela grave crise que chacoalha o Rio de Janeiro. Em outras palavras, Lula, que é réu na Lava-Jato e já foi condenado à prisão, não gostou de ver a roubalheira sistêmica ancorada pelo PT ser descoberta pela Polícia Federal.
Gleisi Hoffmann ficou irritadiça e indignada ao ver a divulgação, por parte da força-tarefa da Lava-Jato, da devolução de R$ 653,9 milhões à estatal, na esteira do que até agora foi recuperado pelas autoridades.
O pronunciamento de Gleisi, no plenário do Senado, se deu no contexto do “marketing político” feito pelo Ministério Público Federal (MPF) de que devolverá à Petrobras parte da dinheirama desviada durante mais de uma década na esteira do Petrolão.
Pela lógica da senadora petista, muito melhor seria se a roubalheira não tivesse sido interrompida. “A Petrobras perdeu em um ano R$ 140 bilhões por conta da Lava Jato. E temos que ver o MPF fazer festa e cerimônia porque está devolvendo R$ 1,4 bilhão. A Petrobras perdeu, por causa da falta de responsabilidade deles, dez vezes mais do que eles estão devolvendo. Que matemática é essa? Como os senhores fazem uma coisa dessas? Eu gostaria de saber o que o MPF e o Judiciário têm a dizer a respeito disso”, questionou.
Em vez de se dedicar a espetáculos vexatórios e nauseantes, como esse envolvendo a devolução de recursos desviados à Petrobras, Gleisi Helena deveria criar coragem e explicar aos brasileiros de bem a bizarra decisão de guindar ao cargo de assessor especial da Casa Civil um pedófilo condenado a mais de cem anos de prisão. O petista Eduardo Gaievski, condenado por estupro de vulneráveis (menores de 14 anos), recebeu de Gleisi a missão de comandar os programas federais destinados a jovens e adolescentes. Tudo no melhor estilo “o gato e o rato”.
