Criadoras da “tesoura genética” recebem Prêmio Nobel de Química

 
A dupla de pesquisadoras Emmanuelle Charpentier (à esquerda na foto) e Jennifer Doudna (à direita) foi agraciada nesta quarta-feira (7) com o Prêmio Nobel de Química pela descoberta de um método para a edição do genoma conhecido como CRISPR-Cas9 ou “tesoura genética”.

“Usando esse método, pesquisadores podem mudar o DNA de animais, plantas e microrganismos com extrema precisão. Essa tecnologia teve um impacto revolucionário nas ciências biológicas, está contribuindo para novas terapias de câncer e poderá tornar o sonho de curar doenças hereditárias uma realidade”, afirmou o comitê responsável pelo prêmio.

A francesa Charpentier, de 51 anos, e a americana Doudna, de 56 anos, tornaram-se a sexta e a sétima mulheres a serem agraciadas com o Prêmio Nobel de Química, engrossando a lista que inclui Marie Curie, a primeira mulher a ganhar o prêmio nesta categoria, em 1911, e Frances Arnold, laureada em 2018.

Enquanto pesquisava uma bactéria nociva comum, Charpentier descobriu uma molécula que era parte do antigo sistema imunológico da bactéria e que combate vírus cortando partes do seu DNA. Depois de publicar o estudo em 2011, ela trabalhou com Doudna para recriar a tesoura genética da bactéria, simplificando a ferramenta para usá-la em outros materiais genéticos. Elas reprogramaram então a tesoura para ser usada em qualquer molécula do DNA.

 
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A ferramenta CRISPR-Cas9 já contribuiu para ganhos significativos na resistência de grãos, que tiveram o código genético alterado para resistir melhor a pragas e secas. A tecnologia também impulsionou tratamentos inovadores para o câncer.

A dupla de pesquisadoras agraciada este ano dividirá o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de US$ 1,1 milhão). Em tempos de normalidade, as pesquisadoras receberiam o prêmio do rei Carl Gustaf 16º em cerimônia formal em Estocolmo, no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do cientista Alfred Nobel. Contudo, este ano a cerimônia presencial foi cancelada devido à pandemia do novo coronavírus e será substituída por um evento televisionado, com os laureados recebendo os prêmios em seus países de origem.

Seguindo a tradição, o prêmio de química é o terceiro anunciado todos os anos, após o de Medicina e o de Física. Este ano, o Nobel de Medicina premiou o trio de cientistas Harvey Alter, Charles Rice e Michael Houghton pela descoberta do vírus da hepatite C, e o de Física os pesquisadores Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez por estudos sobre a formação de buracos negros.

Os laureados nos campos de literatura e paz serão anunciados nos próximos dias. (Com agências internacionais)

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