Flávio Bolsonaro diz que presidente pode ter alta “a qualquer momento”; afirmação reforça o “coitadismo”

 
Filho mais velho do presidente da República, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse nesta terça-feira que “a qualquer momento” o pai terá alta médica. Internado desde a madrugada de segunda-feira (3) no caro e badalado Hospital Vila Nova Star, na zona sul da cidade de São Paulo, Bolsonaro se recupera de obstrução intestinal.

“Ele pode a qualquer momento ter uma liberação por parte da equipe médica […] (Bolsonaro) está com todas as condições para, assim que a equipe médica autorizar, dar mais um passo em seu tratamento e muito em breve ter alta”, disse o senador fluminense em entrevista à CNN.

A exemplo do que concluiu a equipe médica, o parlamentar afirmou que o chefe do Executivo não precisará passar por cirurgia. “A tendência é de que os próximos passos sejam, como aconteceu outras vezes, que ele tire a sonda nasogástrica, tire o acúmulo de líquido. Normalizando o funcionamento do intestino para que ele consiga ter alta”.

De acordo com o senador Flávio Bolsonaro, o presidente terá sequelas por muito tempo em decorrência das cirurgias a que submeteu por causa do ataque a faca que sofreu em 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG). “Com relação à saúde, acho que ele vai ter restrições”, disse.

 
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Na segunda-feira, Flávio foi às redes sociais para afirmar que o pai é “vítima de mal amados hipócritas desejando sua morte”. Ninguém em sã consciência deseja a morte do seu semelhante, por maior que sejam as desavenças, mas não se pode esquecer que Bolsonaro defendeu, durante entrevista concedida em 1999, a tese esdrúxula de que o Brasil só melhoraria com uma guerra civil e matando “uns 30 mil”.

O agora presidente, à época deputado federal, completou: “Fazendo o trabalho que o regime militar não fez, matando uns 30 mil, começando com o FHC. Não deixar pra fora, não, matando. Se vai morrer alguns inocentes, tudo bem, tudo quanto é guerra morre inocente”.

Flávio Bolsonaro, que ainda deve explicações aos brasileiros sobre a meteórica evolução patrimonial, precisa decidir se hipócrita é quem teria desejado a morte do presidente ou o então deputado que defendeu a matança de “uns 30 mil”. O mais interessante é que o presidente ousa falar em Deus.

Como afirmou o UCHO.INFO em matérias anteriores (links acima), Bolsonaro fez da sua internação mais um espetáculo de vitimização, que tem o “coitadismo” como estratégia pífia para tentar recuperar a popularidade perdida. O presidente está ciente do problema, mas prefere ultrapassar com largueza as fronteiras da alimentação saudável.

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