Preço do petróleo volta a subir no vácuo das incertezas sobre cessar-fogo na Ucrânia

 
O populismo barato do presidente Jair Bolsonaro chega a ser nauseante. O fato de ser um néscio, algo que ele próprio provou em diversas declarações, não lhe dá o direito de usar a Petrobras para minimizar estragos em seu projeto de reeleição.

Após reajustar os preços dos combustíveis na última sexta-feira (11), a Petrobras passou a ser alvo de ataques e críticas de Bolsonaro, que começou a exercer pressão para que o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, peça demissão, algo que não acontecerá.

Depois disso, com a queda da cotação do petróleo no mercado internacional, base que a estatal utiliza para precificar os produtos, o presidente da República decidiu cobrar da empresa a volta dos preços ao patamar anterior.

A Petrobras, que há quase dois meses não reajustava os preços, continuou seu caminho como empresa de mercado e que tem acionistas minoritários e ações comercializadas nas bolsas de valores, como as de São Paulo e Nova York.

O recuo verificado na cotação do petróleo se deu por conta não apenas pela possibilidade de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, mas pela iminente desaceleração da economia da China, que registra novo surto de Covid-19, desta vez causada pela variante deltacron. Autoridades do gigante asiático confinaram 51 milhões de chineses em razão do novo surto da doença causada pelo novo coronavírus e suas cepas.

 
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Diante da dificuldade de russos e ucranianos chegarem a um acordo de cessar-fogo, o que significa a continuidade da tragédia humanitária que tem lugar a antiga república soviética, a cotação do petróleo voltou a disparar nesta quinta-feira (17), encerrando o dia valendo US$ 108,30 o barril do tipo Brent.

A guerra na Ucrânia entrou em sua quarta semana, sem qualquer perspectiva concreta de o conflito terminar, mesmo com o anúncio de negociações que são marcadas por imposições do presidente da Rússia, Vladimir Putin, a quem Bolsonaro declarou ser solidário dias antes do início do massacre. Além disso, o líder russo tem um comportamento dual, pois enquanto anuncia disposição para um acordo autoriza o bombardeio de cidades ucranianas, promovendo a morte de centenas de civis.

Em entrevista ao “The Wall Street Journal”, o diretor de investimentos do FlowBank, Esty Dwek, afirmou: “Isso mostra que não estamos no fim desse conflito, que a situação dos preços das commodities não vai melhorar, o que dificulta o sentimento”.

Insistimos que, em vez de criticar a Petrobras pela majoração dos preços dos combustíveis, Bolsonaro deveria cobrar do ministro Paulo Guedes (Economia), o tal “Posto Ipiranga”, uma política minimamente eficaz e que contemple as necessidades e os anseios dos mais pobres. Por enquanto, Guedes só tomou decisões e deu declarações favoráveis ao mercado financeiro.

Além disso, muito além da alta do petróleo no mercado internacional, o presidente da República deveria se preocupar com a crise global no setor de alimentos que deve acontecer em breve como reflexo da guerra na Ucrânia. Até porque, a Ucrânia, conhecida por sua grande produção de trigo e de fertilizantes, está paralisada na esteira de um genocídio patrocinado por um ditador.

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