Aliado de Bolsonaro, ex-deputado Roberto Jefferson volta a atacar e ofender a ministra Cármen Lúcia

 
Roberto Jefferson continua dando sequência ao enredo bandoleiro previamente acertado com o presidente Jair Bolsonaro. Na audiência de custódia que resultou na manutenção da sua prisão, Jefferson voltou a ofender a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o também ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das milícias digitais.

Preso no domingo (23), por decisão de Moraes, o ex-parlamentar reagiu com 50 tiros de fuzil e três granadas a tentativa da Polícia Federal de cumprir mandado de prisão. A operação policial ocorreu um dia após Jefferson, em vídeo divulgado nas redes sociais, xingar e comparar Cármen Lúcia a “prostitutas”, “arrombadas” e “vagabundas”.

Ao juiz auxiliar responsável pela audiência de custódia, Jefferson pediu desculpas às prostitutas. “Quero pedir desculpas às prostitutas pela má comparação, porque o papel dela foi muito pior, porque ela fez muito pior, com objetivos ideológicos, políticos. As outras fazem por necessidade”, afirmou.

O ex-presidente nacional do PTB atacou o ministro Alexandre de Moraes, acusando o magistrado de integrar uma “milícia judicial”. Jefferson disse que Moraes e Luiz Edson Fachin o perseguem.

“Ele [Moraes] e o ministro Fachin [têm problema com ele]. Eles cortam parte do fundo partidário do PTB contra a lei, porque o partido se colocou contra o ativismo do STF, especialmente do ministro Alexandre de Moraes”, afirmou Jefferson.

 
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“Ele diz que eu faço parte de uma milícia digital, mas eu acho que ele faz parte de uma milícia judicial no STF, por isso nós temos problemas. Ele mandou a Polícia Federal na minha casa quatro vezes, mas com que fundamento? Busca e apreensão? De quê? Busca e apreensão genérica. Eles vão lá procurar algo para tentar me incriminar.”

O discurso de Roberto Jefferson é descolado da realidade, pois em sua casa os policiais federais apreenderam fuzis, mais de 7.000 munições e armas de brinquedo. No depoimento ao juiz auxiliar do gabinete de Moraes, o político afirmou que já teve mais de cem armas de fogo, mas que atualmente tem apenas 25. Para quem estava em regime de prisão domiciliar, o arsenal é injustificável, sem contar que a posse de granadas é crime.

Roberto Jefferson é um debochado conhecido que ousou afirmar durante a audiência ter disparado 50 tiros de fuzil e arremessado três granadas contra os policiais federais, mas que seu objetivo não era “machucar” os agentes da PF.

Também na audiência, o ex-deputado aproveitou para criticar a Procuradoria-Geral da República (PGR) e disse que imaginava que o órgão “tinha mais dignidade”. “Estou sendo massacrado e agora ouço a pérola da PGR para me mandar para o hospital psiquiátrico. Tem gente no judiciário que precisa ir para o manicômio”, afirmou.

Nos autos, a PGR informa que está em tratativas com as autoridades judiciais e a Polícia Federal para o “encaminhamento do custodiado para hospital psiquiátrico”.


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