Falta dinheiro – Milhares de pessoas do semiárido do Nordeste e do norte de Minas Gerais estão sem água potável por conta de um jogo de empurra-empurra entre ministérios e o Exército brasileiro. O abastecimento deixou de ser feito em estados como Pernambuco, Paraíba e Piauí, onde a seca assola historicamente pequenos agricultores. O problema estaria sendo provocado pela falta de recursos para custear o transporte da água pelo Exército. O dinheiro deveria ser repassado pelo Ministério da Integração Nacional, que culpa o Ministério da Fazenda pelas dificuldades.
O problema é grave e poderá ser resolvido somente a partir de 25 de dezembro, segundo previsão do secretário de Defesa Civil do Piauí, Francisco Filho. Em novembro passado, ele disse que o Exército prometeu resolver o problema do abastecimento de água no semiárido com o projeto de pequenas adutoras em 81 municípios.
“Eu queria lhe dizer que eu, Chico Filho, secretário de Defesa Civil, não quero um centavo que venha para carro-pipa. Para quê vir dinheiro para a secretaria para isso? Tem que vir dinheiro é para construir as adutoras para colocar água na casa do povo, para resolver o problema definitivamente. Essa é a verdadeira indústria da seca que existe no Nordeste há dezenas, centenas de anos”. O secretário afirmou que o Ceará estaria sendo privilegiado.
Mesmo no Ceará as queixas são grandes. O deputado estadual Antônio Granja (PSB) quer formar uma frente parlamentar na Assembleia Legislativa para discutir problemas ligados à seca como abastecimento d’água, seguro-safra, distribuição de milho pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e dívidas dos agricultores junto ao Banco do Brasil, segundo informou o jornal “O Povo”.