Tudo parado – No último sábado (29), o ucho.info antecipou que o estado de saúde do caudilho venezuelano Hugo Chávez se agravara sobremaneira. Durante a nova cirurgia a que se submeteu, no último dia 11 de dezembro, para a retirada de tumores na região pélvica, Chávez sofreu uma grave hemorragia, o que obrigou os médicos a manobras de emergência para estancar o sangramento. Em seguida, enquanto o governo da Venezuela plantava notícias dando conta que o tiranete se recuperava bem da quarta cirurgia em pouco mais de um ano, Chávez era acometido por uma infecção respiratória.
Quando familiares decidiram ir a Havana para visitar Hugo Chávez, ficou claro que a situação do ditador bolivariano não era das melhores. O agravamento do quadro tornou-se ainda mais evidente com a viagem do vice-presidente Nicolás Maduro a Cuba, onde desembarcou em companhia da procuradora-geral da Venezuela, Cilia Flores.
Informações do serviço secreto da Colômbia, aqui reveladas no ultimo dia 29, apontam para um sério agravamento da saúde de Chávez, que estaria em estado terminal em decorrência da metástase dos tumores classificados como sarcoma, tipo de câncer que atinge tecidos de conexão do corpo humano.
Na noite de domingo (30), Nicolás Maduro, ao lado da filha e do genro de Chávez e da procuradora-geral, fez um pronunciamento aos venezuelanos, a partir de Havana, informando que o estado de saúde do presidente se agravara e que o mesmo estava sendo atendido pelos médicos que o acompanham.
A decisão de Chávez de se tratar em Cuba foi alvo de e-mails trocados com médicos russos e que vazaram pelo Wikileaks. Nas mensagens, os russos, que foram a Havana para avaliar a saúde do presidente da Venezuela, afirmaram de forma categórica que as condições dos hospitais da ilha caribenha não eram favoráveis ao tratamento. Com medo de que informações sobre o seu real estado de saúde alimentassem um eventual golpe dos oposicionistas venezuelanos, Chávez resolveu apostar contra a própria vida.
O temor de que algo mais grave aconteça com Chávez nas próximas horas, o que poderia levá-lo a óbito, o Palácio Miraflores, sede do Executivo da Venezuela, ordenou o cancelamento dos festejos pela chegada do Ano Novo.
Gravidade do caso
De acordo com o oncologista Thierry Jahan, da Universidade da Califórnia, em São Francisco (EUA), após procedimentos cirúrgicos, como o que enfrentou Hugo Chávez, é grande a possibilidade de infecções evoluírem para um quadro de septicemia (infecção generalizada que pode causar a morte), assim como o surgimento de coágulos, hemorragia gastrointestinal e elevação do aumento de açúcar no sangue, o que provoca diabetes. Jahan destacou que o combate às infecções se dá por meio do uso excessivo de anti-inflamatórios esteroides, o que leva ao enfraquecimento muscular.
O sarcoma é um tipo de câncer que atinge células da mesoderme, podendo se desenvolver nos ossos, cartilagens, gordura, músculos, vasos sanguíneos ou tecidos moles. A palavra sarcoma é de origem grega e significa “crescimento carnoso”. Os sarcomas são considerados pelos médicos como os que mais produzem metástase e, por consequência, os mais perigosos e difíceis de serem tratados.
Pacientes com sarcoma geralmente não se sentem doentes e podem ter pouca ou nenhuma dor. De tal modo, não consideram o fato de que essa massa pode representar uma doença letal. Isso leva o paciente a procurar ajuda médica quando o sarcoma está em grau avançado e perigoso. Dores ocorrem quando o sarcoma está localizado em regiões desconfortáveis ou sensíveis do corpo humano.