Dólar sobe pela sexta vez consecutiva, ultrapassa a casa de R$ 3,12 e acelera a crise econômica

dolar_57Sem limites – Na última sexta-feira (6), o dólar encerrou o dia cotado a R$ 3,0565, com alta de 7,02% somente na semana passada, a maior elevação semanal desde a crise financeira de 2008, de acordo com dados do Banco Central.

Nesta segunda-feira (9), pela sexta vez consecutiva, a moeda norte-americana foi negociada, no fechamento do mercado de câmbio, a R$ 3,1297 (valor de venda). Segundo a agência de notícias Reuters, o fato se deve às preocupações do mercado com a resistência à presidente Dilma Rousseff e o escândalo de corrupção em torno da Petrobras, fatos que podem gerar ainda mais obstáculos para o ajuste fiscal proposto pela equipe econômica do governo.

Vale lembrar que no domingo, 8 de março, durante a transmissão pela TV do discurso em que Dilma defendeu que o ajuste econômico atualmente em curso no Brasil durará o tempo que for necessário, enquanto pedia união e paciência.

A grande questão é que entre o discurso da presidente da República e o descontentamento crescente da população há uma enorme distância, o que não dá ao governo a possibilidade de sonhar com dias melhores no curto prazo. Com a devolução ao Executivo da medida provisória que tratava da desoneração da folha de pagamento e aumentava a contribuição previdenciária sobre o faturamento das empresas, o descrédito do governo foi potencializado, dificultando a atuação da equipe econômica no cenário político.

Em outro vértice da crise que chacoalha o País estão as medidas de reequilíbrio das contas públicas, que vinham funcionando como um alento para investidores, em meio à perspectiva de contração econômica e de inflação de aproximadamente 8% neste ano, destaca a Reuters.

Nas últimas semanas, contudo, as dificuldades que o governo tem enfrentado para implementar essas ações mudaram o cenário, levando investidores a evitar ativos brasileiros e impulsionando o dólar aos maiores níveis em mais de dez anos.

Atuação do BC

O movimento também reforçou a incerteza sobre o futuro das intervenções diárias do Banco Central no câmbio, marcadas para durar pelo menos até o fim de março.

Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 2 mil swaps pelas rações diárias, todos com vencimento em 1º de dezembro de 2015 e equivalentes a US$ 98,3 milhões.
Também foram ofertados contratos para 1º de março de 2016, mas nenhum foi vendido.

O BC também vendeu a oferta total no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 22% do lote total, que corresponde a US$ 9,964 bilhões. (Por Danielle Cabral Távora)

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