Visivelmente menor, Parada Gay de SP gera polêmica sobre número de participantes e abre discussões

Mão na consciência – Como noticiado, a Parada Gay, realizada anualmente em São Paulo, não é mais aquela. Se é que algum dia foi. Não se trata de comportamento homofóbico de nossa parte, mas de contestar o número de participantes do evento, que na mais recente edição, realizada no último domingo (10), reuniu 270 mil pessoas, contra as 4 milhões anunciadas pelos organizadores.

A informação sobre o número de pessoas que participaram da Parada resulta de uma medição científica realizada pelo Datafolha, que utilizou métodos modernos de contagem. A Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo alega que esse número é impossível, mas é preciso saber se o número pleiteado pela entidade também é viável.

Quatro milhões de pessoas correspondem a dez vezes a lotação do Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, localizado na Zona Oeste da capital paulista. E é inimaginável que esse contingente (4 milhões de pessoas) caiba em espaço tão pequeno como quer a Associação. A título de comparação, basta voltar no tempo e relembrar o evento das “Diretas Já” realizado no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, em 16 de abril de 1984 e que reuniu 1,5 milhão de pessoas.

Outro dado concreto que serve para contestar essa anunciada participação é a capacidade da rede hoteleira da cidade. Qualquer feira ou congresso que acontece em São Paulo, que recebe menos do que 4 milhões de visitantes, congestiona os hotéis da cidade. Para que não pairem dúvidas a respeito do assunto, basta conferir o número de atendimentos médicos durante o evento. Uma manifestação com 4 milhões de pessoas não produz apenas cem atendimentos médicos.

Longe de querermos questionar o direito dessa parcela da sociedade de se manifestar, mas é preciso cuidado no momento de dar ao movimento muito mais importância do que realmente tem, mas o inchaço numérico em termos de participantes serviu, até então, para o grupo do governo e de patrocinadores muito mais dinheiro do que mereciam.

Considerando a eficácia do método da contagem realizada pelo Datafolha, a Parada Gay, em sua próxima edição, poderá ser realizada em outro local, que não na Avenida Paulista, o que bloqueia a principal avenida da maior cidade brasileira e compromete o acesso a dez dos mais importantes hospitais da capital paulista.