Walcyr Carrasco diz que “todo mundo” é bissexual, mas Feliciano não pode ser contra o casamento gay

Dois pesos – Lamentavelmente o Brasil firmou-se na última década como o país da missa encomendada. Ou seja, os ufanistas que chegaram ao poder central acionam a alavanca da submissão e a claque, sempre bem remunerada com o suado dinheiro do contribuinte, cumpre ordens como se vacas de presépio fossem. Gritam, protestam e fazem baderna a torto e a direito, sem saber a razão do movimento.

E essas incursões sempre ocorrem ao arrepio da Carta Magna, não importando o que ordena o conjunto legal do País. Pastor evangélico e deputado federal pelo PSC de São Paulo, Marco Feliciano transformou-se em alvo de protestos depois que chegou à presidência da Comissão de Direitos Humano da Câmara, no vácuo de uma negociação que envolveu todos os partidos políticos, começando pelos que agora patrocinam os protestos.

Feliciano foi alçado à mira porque é contra a união entre pessoas do mesmo sexo, o que lhe valeu a fama de homofóbico. Como já destacamos inúmeras vezes, a receita de felicidade de cada um não deve ser questionada, assim como deve passar ao largo das discussões a orientação sexual de uma pessoa. O fato de Marco Feliciano ser contra o casamento homoafetivo não significa que ele seja homofóbico.

Já sem força, os protestos contra Marco Feliciano serviram como cortina de fumaça para esconder outros escândalos políticos, os quais o Palácio do Planalto precisava ver longe da atenção da opinião pública. E o que era esperado acabou acontecendo.

Responsável pelo próximo folhetim da Vênus Platinada, “Amor à Vida”, o autor de novelas Walcyr Carrasco declarou ser bissexual durante entrevista concedida à revista Playboy. “Eu sou bissexual”, declarou Carrasco. “E acho que todo mundo é”, completou.

Competente no ofício de “noveleiro”, Walcyr Carrasco pode falar sobre a própria orientação sexual, mas não tem o direito de colocar todos os habitantes do planeta na mesma seara. Em um país de pessoas equilibradas e isonômicas, uma eventual chiadeira contra Carrasco já teria alcançado as ruas.

Isso mostra que os protestos contra Marco Feliciano foram simplesmente descabidos e inócuos. Não porque o ucho.info defende o deputado-pastor, mas pelo fato de que, segundo a Constituição Federal, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.

Se Walcyr Carrasco não mereceu protestos por causa de sua declaração generalizante, Marco Feliciano deve continuar à frente da Comissão de Direitos Humanos. O que não se pode aceitar é uma ditadura imposta por um grupo de oportunistas que manipula setores da sociedade.