Covarde, hipócrita e golpista, Bolsonaro volta a atacar o STF e nega ter ofendido ministros da Corte

 
A exemplo do que sempre afirmamos, o presidente Jair Bolsonaro, o golpista de plantão, é movido pela covardia. Isso não significa que ele abandonará seu plano de atentar contra a democracia e o sistema eleitoral.

Após seguidos ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente afirmou nesta sexta-feira (6) que não ofendeu qualquer magistrado. Ao discursar em Santa Catarina, Bolsonaro disse que “parte” da Corte quer “a volta da corrupção e da impunidade” e mais uma vez atacou o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Não ofendi nenhum ministro do Supremo, apenas falei da ficha do sr. Barroso, defensor do terrorista [Cesare] Batisti, favorável ao aborto, da liberação das drogas, da redução da idade para estupro de vulnerável, ele quer que nossas filhas e netas com 12 anos tenham relações sexuais sem problema nenhum. Este mesmo ministro votou pelo direito das amantes”, disse.

“Estou atacando o Barroso? Não estou. Acho que ele deveria se orgulhar e ouvir da minha parte a verdade. É ele que fala que as urnas são invioláveis, o termo mais adequado seria impenetráveis. Esse tipo de gente quer decidir as eleições no ano que vem. Quero e desejo eleições, limpas, democráticas, sem que meia dúzia de pessoas conte os votos numa sala escura”, declarou o candidato a tiranete.

“Não quero poder, quero paz e soberania, quero a liberdade de vocês, mas a alma da democracia é o voto, e o que querem é eliminar o voto”, continuou.

 
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O presidente da República, além de covarde, como sempre citamos, é hipócrita, pois há muito vem atacando as instituições, a democracia e o Estado de Direito, algo que faz à sombra de acordo espúrio com os militares, a começar pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que recentemente ameaçou com a não realização das eleições de 2022 caso o voto impresso não seja implantado.

Citando gestões anteriores, especialmente a do PT, Bolsonaro associou “parte” do Supremo ao desejo da “volta da corrupção e da impunidade”. O presidente deveria deixar a delinquência intelectual de lado e olhar para o próprio quinta, já que a família presidencial está envolvida em escândalos diversos, sem contar os casos de corrupção na compra de vacinas contra Covid-19.

Na quarta-feira (4), em mais um devaneio golpista, Bolsonaro acenou com a possibilidade de usar armas “fora das quatro linhas da Constituição” caso o Judiciário insista em barrar a implantação do voto impresso. O presidente também atacou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, a quem chamou de “ministro ditatorial”. Em clara ameaça, o presidente, ao referir-se a Moraes, afirmou que “a hora dele vai chegar’.

O presidente do STF, Luiz Fux, fez nesta quinta-feira (5) um discurso contundente, afirmando que Bolsonaro não cumpre a própria palavra. Fux cancelou a reunião entre os chefes dos Três Poderes que havia convocado para tentar buscar um consenso e amainar a crise institucional que se instalou no País.

Sobre a “volta da corrupção”, Bolsonaro poderia fazer um exame de consciência e ao menos se pronunciar sobre os malabarismos do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, no Ministério da Saúde, para dizer o mínimo.

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